terça-feira, 19 de junho de 2012

 
Outro dia peguei um ônibus qualquer. Desses entre muitos que andam pela cidade. Porém este tinha algo de diferente.
Ele tinha um catraca Bem emperrada. Vocês pensariam que isto é uma reclamação ou uma crítica.... Não, não é o caso.
Por conta desta catraca velha, havia uma senhora bem no fundo do ônibus que ficava observando a reação de cada passageiro ao passar na catraca (a cara de surpresa pelo obstáculo encontrado que exigia tamanha força para conseguir passar).
E com cada um dos passageiros esta senhora desatava a rir. Eram risadas espontâneas que faziam todos os olhares do ônibus voltarem-se para ela e no mesmo instante a alegria contagiava e  todos riam, inclusive o próprio protagonista da cena...
Todos deixaram de ter aquele semblante cansado ou sério de todos os dias e pareciam bons amigos. Foi um ônibus mais feliz. O problema tornou-se magia. 
Quem sabe se houvesse mais catracas emperradas por aí as pessoas fossem mais alegres e o cotidiano mais leve!? Viva as catracas velhas!
Um dos poderes da poesia é achar no desprezível uma beleza imensa!


(Liniers - Macanudo)

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