sexta-feira, 21 de outubro de 2011

1° edição

''A maior riqueza do homem é a sua incompletude. ''
- Manoel de Barros

Nunca conheci quem não tivesse brincado de Lego.
Montar, desmontar e remontar: o que você escolher, como quiser. Qualquer coisa. É simples, e é infinito.
Bem, ao menos que você, por algum motivo, pare de brincar. Talvez por apego, por criar algo tão superior às suas expectativas que ache impossível criar algo melhor. Talvez frustrado, por não conseguir dar forma ao que tanto deseja. Talvez resignado; talvez acomodado. Talvez por falta de inspiração.
Mas uma ideia, um paradigma ou um Lego inutilizado, jogado em um canto qualquer ou exposto na melhor estante da casa - não neguemos - pouco a pouco, transforma-se em obsoleto. Um brinquedo de genialidade tamanha torna-se inútil, e é esquecido.
Por que insistimos em permanecer os mesmos, então, e recusar mudanças? Por que negamos o novo?
Ninguém é completo: é por isso que precisamos de trocas e é por isso que precisamos criar, para nos preencher.
Ninguém está pronto (e, espero, nunca estará): esse é o motivo de ser tão necessária a transformação. A partir do momento que
você a nega, deixa de ter o poder sobre você mesmo. Precisamos deixar o medo, este sim de lado, e mudar.
Se falhar, mudamos de novo. Se for bom, acrescentamos a outras mudanças, e outras, e descartamos as que não mais nos servem, e guardamos as que sempre servirão. E assim nos inventamos,
surpreendemos, movimentamos.
E assim somos e, com pedaços de nós, 'montamos seres atônitos' e mutáveis. É simples. E é infinito.


Panfleto


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